Durante o uso da Tribuna na 42ª Sessão Ordinária desta terça-feira, 21, o vereador Marco Garcia (PP) abordou temas ligados à saúde pública e à política internacional, defendendo maior conscientização da população quanto ao uso dos serviços públicos e criticando regimes autoritários em outros países.
Saúde pública
O parlamentar iniciou sua fala comentando o programa de confirmação de consultas via WhatsApp, implementado pela Prefeitura.
Ele destacou que o sistema facilita o agendamento e o acompanhamento dos atendimentos, mas enfrenta um alto índice de faltas, o que compromete o funcionamento das unidades e prejudica outros pacientes que aguardam na fila.
“Infelizmente, meus caros colegas, está ocorrendo uma abstenção muito grande. Para se ter ideia, de 32.431 consultas agendadas, 13.886 não compareceram. Isso dá 43%. E essas pessoas confirmam que vão estar nas consultas”, afirmou o vereador.
Marco alertou que o problema coloca em risco o bom andamento do programa e reforçou a necessidade de responsabilidade individual no cumprimento dos agendamentos.
“A partir do momento que confirmam e não vão, prejudicam a si mesmos e a fila de espera”, observou, lembrando que outro paciente poderia ocupar a vaga.
O vereador acrescentou que nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) a situação também é preocupante: das 21.830 consultas agendadas, 6.359 não tiveram comparecimento — um índice de 29%.
Ele reforçou ainda as manifestações dos vereadores Marcelo Tidy (MDB) e Zezinho Cabeleireiro (PSD) sobre as dificuldades enfrentadas pela rede municipal de saúde, como as longas filas para cirurgias eletivas e exames.
“A população também precisa se atentar quanto a isso, para ajudar a própria população”, enfatizou.
Temas internacionais
Na segunda parte do discurso, Marco abordou questões de política internacional, comentando a crise na Venezuela, o papel econômico dos Estados Unidos e a atuação norte-americana nos esforços de mediação do conflito entre Israel e o Hamas.
“Os Estados Unidos, pela potência que são, têm um PIB de quase US$ 28 trilhões, e nós temos US$ 2,1 trilhões. Isso, para os Estados Unidos, dá algo em torno de R$ 12 a R$ 13 trilhões, e o Brasil deve R$ 10 trilhões. Então, imaginem uma pessoa que ganha R$ 12 mil e paga R$ 10 mil de juros, é o que está acontecendo com o Brasil. Vai estagnar, vai chegar um momento que não vai ter dinheiro para mais nada”, afirmou.
O vereador questionou a possibilidade de o país se colocar em confronto econômico com potências globais e destacou: “O mundo tem 193 países, se não estou enganado, e 93 não têm PIB de US$ 1 trilhão, é o que os Estados Unidos gastam com defesa. É quase 50% do nosso PIB. É a maior potência e vai continuar por muitos anos.”
Na sequência, Marco comparou o desenvolvimento da Coreia do Sul com a situação precária da Coreia do Norte, destacando que regimes autoritários resultam em miséria e desigualdade. “Infelizmente, a esquerda não dá certo em lugar nenhum do mundo”, criticou.
Ele também lamentou a situação da Venezuela, lembrando que o país já foi uma das nações mais prósperas da América Latina. “Como conseguem acabar com um país que era o mais rico da América, e hoje se tornou uma pobreza onde se disputa migalhas”, disse.
O parlamentar criticou ainda a nomeação de generais sem critérios na Venezuela e ampliou sua crítica a outros regimes autoritários: “Eu tenho asco desse povo, acredito que todos nós temos, salva algumas raríssimas exceções, que defendem um regime podre como o da Venezuela, como o de Cuba, Nicarágua, Pequim, Coreia do Norte, China e tantos outros países que, para o povo, nada; para eles, tudo.”
Economia e alerta sobre o país
Na parte final de sua fala, Marco comentou o aumento dos preços de produtos e o fenômeno da reduflação — quando a quantidade diminui, mas o valor permanece o mesmo. “A lata de achocolatado era 400 gramas, reduziu para 370, depois para 350, e agora vai vir com 330 gramas. Isso chama-se reduflação: reduz a quantidade de produto e o preço continua o mesmo”, exemplificou.
Encerrando o discurso, o vereador fez um alerta sobre o futuro social e econômico do Brasil:“Infelizmente, estamos caminhando muitas vezes por um caminho que não tem volta, mas ainda há tempo. É um país de extensão quase continental, porém o Brasil, que é décimo em economia, sexto em população e quinto em extensão territorial, caminha a passos largos como se estivesse em um barco à deriva.”
“Espero que Deus, em sua infinita boa vontade, tenha compaixão de nós brasileiros, para que não nos tornemos uma Venezuela, pois o caminho já conhecemos”, finalizou.