Acontece neste sábado (01/11), em Franca, às 9h da manhã, no terminal de ônibus central, a caminhada em favor da educação especial, com chegada na concha acústica. O evento reunirá autoridades, professores e famílias de crianças neuroatípicas e visa à valorização da continuidade da educação inclusiva nas escolas da rede pública.
A professora Priscila Cintra Neves Gomide, uma das organizadoras do evento, esteve na 43ª Ordem do Dia da Câmara Municipal de Franca e convidou toda a população a comparecer à caminhada com cartazes.
Segundo a professora, a caminhada é um manifesto contra a Resolução 129/2025 da Secretaria de Educação, que dispõe sobre a regulamentação da Política de Educação Especial no Estado.

“A nova norma permite que profissionais formados em pedagogia e especialistas em educação especial possam ser substituídos por trabalhadores terceirizados que precisarão ter apenas o ensino médio e um curso online de formação de 80 horas”, afirmou a professora.
Ainda conforme Priscila, as crianças neuroatípicas têm uma professora de apoio em sala de aula, uma profissional graduada e especialista em educação especial, porque entraram na Justiça e conseguiram esse direito. Ela afirma que, se a resolução for promulgada, essas famílias — e principalmente as crianças — perderão muito: “Será um retrocesso”, garantiu.
Os vereadores demonstraram preocupação com este fato e também com o Decreto 12.686 do Governo Federal, que institui a Política Nacional de Educação Especial Inclusiva, visando universalizar a matrícula na educação básica para o público da educação especial em classes comuns da rede regular de ensino.
“Esse decreto, na prática, é um retrocesso cruel e desumano contra milhares de famílias brasileiras que têm crianças com deficiência. Esse decreto exclui, ele ignora a realidade diferente de cada situação. Deixo meu repúdio a esse decreto”, relatou o vereador Fransérgio Garcia (PL).

“Será que o Governo Federal conversou com as famílias que têm filhos especiais que se utilizam da estrutura e dos trabalhos das APAEs? Não tem condições”, indignou-se o vereador Leandro O Patriota (PL).
“Me surpreendem esses erros na área da Educação”, declarou o vereador Walker Bombeiro da Libras (PL).
“São 17 mil alunos neuroatípicos em todo o Estado de São Paulo que serão prejudicados com esta resolução e este decreto”, ressaltou a vereadora Marília Martins (PSOL).