A vereadora Marília Martins (PSOL) utilizou a tribuna na manhã desta terça-feira (16), durante a 37ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Franca, para tratar de temas variados, incluindo políticas públicas, justiça social, segurança e direitos das crianças.
Inclusão crianças
A parlamentar destacou a importância de políticas voltadas para pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) e elogiou os esforços da Casa de Leis na busca por inclusão. “O Centro TEA é extremamente importante e, de fato, este ano conseguimos dar visibilidade e já levar ações concretas”, afirmou.
Marília relatou ainda visita institucional a escolas municipais, onde discutiu a atenção às crianças neurotípicas. “Fomos muito bem recebidos, e faço até o agradecimento. Conversamos sobre vários temas, e um deles foi a atenção às crianças neurotípicas, pois antes tínhamos problema para conseguir laudos, que são caros. Nem todas as crianças conseguem esse documento na primeira fase, e depois, para acessar alguns direitos, ela vai precisar desse documento”, disse.
A vereadora ressaltou a necessidade de acolhimento por profissionais especializados, como neurologistas, fonoaudiólogos e psicólogos. “A primeira fase de desenvolvimento é extremamente importante; é uma janela que vai ajudar a criança a se desenvolver para a vida toda, a socializar e ter mais independência. A gente precisa olhar para a atenção básica que acolhe essas crianças”, reforçou.
Questões políticas
Sobre questões políticas, Marília comentou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“O que mais nos interessa é que existe um indicativo de Justiça sendo feito. Esta condenação não foi pelas mais de 700 mil mortes na época da Covid, não foi pela negociação de propina nas vacinas — o Brasil teve três vezes mais mortes do que a média mundial por atitudes do governo anterior. Não estamos falando das próteses penianas, milhares e milhares gastos com viagra, gastos com leito condensado. Mas estamos falando de uma justiça diante do movimento negacionista, do desmonte de políticas públicas e da tentativa de golpe”, explicou.
Polarização política
A parlamentar também abordou a polarização e a importância da justiça social. “A questão da polarização não é uma fala bonita para corte de internet, é uma questão de prática no dia a dia, como votamos, porque apoiamos, o que nos posicionamos. Falo pela justiça social, falo em nome da justiça racial, da justiça de gênero, da igualdade, das pessoas com deficiência, justiça para toda a população”, disse.
Marília se posicionou contra a liberação de armas e refletiu sobre a morte do ativista político conservador Charlie Kirk, assassinado nos Estados Unidos. “Com certeza não defendo a violência, ele não deveria ter sido assassinado, ninguém deveria. Ironicamente, é uma pessoa que defendeu a vida toda a liberação de armas, dizendo que ocasionalmente um ou outro vai morrer, e ele, ocasionalmente, foi o exemplo do que pregou”, disse.
Aprovação rodeios
A vereadora também relembrou discussões sobre a aprovação de rodeios em Franca. “Foi um alvoroço todo, teve uma sessão extraordinária sem a possibilidade de fazer uma audiência pública, mas mesmo assim deu tempo de propor emendas que garantissem, na prática, o regramento para o bem-estar de todos:usuários, plateia, público e animais. Com essas garantias eu ia votar favorável. Porém, houve pressão de apoiadores financeiros de campanhas de alguns colegas e de organizadores, e o resultado é que nem em Franca estão promovendo o rodeio, foram para Restinga’
“É importante trazer a discussão porque não vivo intensamente só dentro desta Casa, fico mais nos espaços públicos e percebo que realmente falta debate e posicionamento do nobres vereadores sobre o que pensam pelo sim ou não dos projetos”, concluiu.