Na manhã desta terça-feira (19), durante a 33ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Franca, o vereador Gilson Pelizaro (PT) fez uso da Tribuna para abordar questões regimentais da Casa de Leis e, em seguida, questionar a destinação de recursos prevista no Orçamento 2026, em análise pelo Legislativo.
Regimento Interno
Em sua fala inicial, comentou sobre mudanças administrativas e sobre a aplicação do Regimento Interno: “O regimento nunca foi usado à risca, do jeitinho que tem que ser. E se for fazer assim, vou deixar uma cópia do regimento em minha mesa, e aí vamos seguir à risca. Flexibilidade e sensibilidade essa Casa sempre teve.”
O parlamentar destacou a necessidade de aprofundar os debates trazidos ao Plenário, citando em especial a situação de moradores em situação de rua, tema levantado anteriormente por um munícipe na Tribuna Popular.
Orçamento
Ao tratar do Orçamento 2026, Pelizaro observou que, com o fim da EMDEF (Empresa Municipal para o Desenvolvimento de Franca), várias secretarias tiveram expressivo aumento de recursos: “Várias secretarias foram bombadas no Orçamento do ano que vem. Teve secretaria que teve crescimento de 142%, que é o caso da Infraestrutura, o que é correto, pois vários serviços da EMDEF estão vindo para a Administração Direta.”
Entretanto, criticou a verba destinada à Assistência Social: “A Secretaria de Assistência Social não é só para cuidar de quem tem vulnerabilidade, quem é pobre. É a prima pobre do Orçamento, incrível. É a secretaria fim, não é secretaria meio. A Secretaria de Finanças, a Secretaria de Administração são secretarias meio, mas a Ação Social é secretaria fim. Pasmem: o orçamento previsto para a Ação Social no ano que vem é de R$ 100 milhões do total de R$ 1,6 bilhão, o que representa apenas 5,6%.”
Pelizaro defendeu que não será possível enfrentar a vulnerabilidade social e a situação de rua sem ampliar investimentos: “Não é assim que vamos cuidar dos moradores em situação de rua, não é assim que vamos atender os vulneráveis, os idosos.”
Conselho Segurança Alimentar
Como exemplo, citou o Conselho de Segurança Alimentar: “É um conselho para atender quem precisa, e sabe quanto está previsto? R$ 15 mil. Então por isso cortam marmitas aos moradores de rua. Toda causa tem efeito, e o efeito veio imediatamente.”
O vereador recordou que, em sua campanha, defendia maior aporte às áreas sociais, mas reconheceu que a atual gestão segue outro modelo:
“Posso até espernear e reclamar, mas o meu plano de governo, quando me candidatei junto com o Bruxelas, com certeza teria mais recursos nessas secretarias. Só que perdemos a eleição, a sociedade francana escolheu outro modelo. É uma inversão de prioridade: em vez de investir no social, vamos investir na infraestrutura, mas foi uma opção e está no plano de governo de quem ganhou.”
Ele concluiu afirmando que continuará cobrando soluções efetivas; “Moradores de rua tem até em Nova Iorque, mas não é assim que resolve os problemas, não é tirando de um lugar e levando para outro. Precisa de políticas públicas.”
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