Durante reunião da Frente Parlamentar da Saúde realizada na Câmara Municipal de Franca nesta quarta-feira (24), a secretária municipal Waléria Mascarenhas detalhou as dificuldades enfrentadas na regulação de leitos hospitalares no município.
Um dos principais pontos discutidos foi o uso das chamadas “vagas A8”, criadas pelo Governo do Estado de São Paulo. Segundo Waléria, essas vagas são liberadas mesmo sem disponibilidade física de leitos, ficando à espera de hospitais para liberação de leitos e encaminhamento dos pacientes.
A secretária esclareceu que o município não é beneficiado pela finalização dessas vagas e que em reunião com DRS, Estado, Santa Casa foi discutido com o SIRESP a retirada de finalização das vagas A '8'.
Outro impasse apontado diz respeito à gravidade dos casos. Pacientes com menor tempo de espera, mas em estado mais grave, podem ser encaminhados antes daqueles que aguardam há mais tempo, gerando desconforto de toda equipe.
A necessidade de um novo hospital em Franca também foi tema recorrente. O problema se agrava porque o município conta com apenas uma instituição hospitalar para absorver toda a demanda da cidade e região. A Santa Casa atende pacientes de 22 municípios e até de outros Estados, o que pressiona ainda mais a oferta de leitos.
Apesar das dificuldades, a secretária elogiou o empenho das equipes e destacou ações que têm melhorado o atendimento nas unidades de urgência, como a padronização de medicamentos e a realização de tratamentos completos, com alta direta do paciente sem necessidade de internação hospitalar. Em junho, cerca de 130 pessoas se beneficiaram dessa prática.
Vereadores
Participaram da reunião os vereadores Leandro O Patriota (PL), Andrea Silva (Republicanos), Gilson Pelizaro (PT), Zezinho Cabeleireiro (PSD), além de assessores do Poder Executivo, analistas legislativos e assessores parlamentares.
O vereador Leandro O Patriota (PL), presidente da Comissão de Saúde e da Frente Parlamentar da Saúde, ressaltou a necessidade urgente de medidas para garantir o atendimento da população. Ele mencionou a busca por emendas parlamentares destinadas à aquisição de novos equipamentos, como um aparelho de raio-X, e cobrou da Santa Casa a apresentação de um plano concreto para a ampliação de leitos.
“Estamos tentando para que sejam resolvidos esses problemas, para que a população não pague o preço por falta de comunicação e sofra com a demora no atendimento”, afirmou o parlamentar.
A vereadora Andrea Silva (Republicanos), relatora da Frente Parlamentar da Saúde, destacou o empenho dos parlamentares na interlocução com os gestores da área. Ela lamentou o sofrimento das pessoas que dependem exclusivamente da rede pública. “É doloroso ver as pessoas em um pronto-socorro ou em uma UPA aguardando essa vaga”, disse.
Andrea também citou: “Hoje vimos que estão acontecendo algumas coisas, entre elas, a falta de comunicação entre o Estado, Santa Casa e a Prefeitura. Estamos tentando entender e buscando caminhos para que o atendimento seja levado da melhor forma aos munícipes”.
O vereador Gilson Pelizaro (PT) fez críticas ao atual modelo de regulação de leitos, destacando que as chamadas vagas A8 acabam servindo mais para atender a questões burocráticas do que às reais necessidades dos pacientes. Ele sugeriu como alternativa a presença de um médico regulador dentro das unidades municipais de saúde, com o objetivo de agilizar o fluxo de internações.
A secretária municipal de Saúde, Waléria Mascarenhas, agradeceu a presença dos vereadores e enfatizou a importância da união entre os poderes. “Essa união de forças, o município só tem a ganhar, principalmente os munícipes. Os vereadores, junto com a gente, estão entendendo a situação para buscar a melhor solução. Isso nos ajuda muito”, declarou.
A reunião evidenciou a preocupação dos parlamentares com a qualidade do atendimento prestado à população e reforçou o papel da Câmara na busca por soluções em parceria com o Executivo e as instituições de saúde.