Durante a 28ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Franca, realizada nesta terça-feira (15), o vereador Gilson Pelizaro (PT) usou a Tribuna para cobrar providências diante da grave crise enfrentada pela rede pública de saúde no município, em especial a falta de leitos para internação.
Ação do Ministério Público
O parlamentar iniciou seu discurso relatando as dificuldades vividas por pacientes que não conseguem vagas em hospitais, criticando a omissão do Estado e mencionou a situação local com um caso recente ocorrido em Sorocaba, onde uma decisão judicial determinou a reabertura de 46 leitos hospitalares – sendo 10 de UTI e 36 de enfermaria – após uma ação movida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, em conjunto com a Diretoria Regional de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde da cidade.
“O Ministério Público de lá fez o que deveria ser feito: chamou as partes, o Estado, a Regional de Saúde, a Prefeitura. E conseguiu reabrir os leitos. Por que isso não acontece em Franca?”, questionou Pelizaro.
Embora tenha evitado fazer acusações diretas, o vereador cobrou uma atuação mais firme do MP local na defesa da população francana: ‘a gente não vê a mesma movimentação que houve em Sorocaba. A caneta de um promotor pesa. É diferente da nossa. Nós usamos a fala; o parlamento para questionar, ele usa o poder legal. E as coisas acontecem.”
Pelizaro sugeriu a realização de uma força-tarefa do Ministério Público com visitas aos prontos-socorros e unidades de saúde, como forma de apurar in loco a gravidade da situação.
Medidas emergenciais até o Hospital Estadual
O vereador lembrou que, embora o município tenha feito investimentos nas UPAs e nos Prontos-Socorros Adulto e Infantil, a responsabilidade pelos leitos de internação é do governo estadual.
Ele cobrou providências imediatas até a conclusão das obras do Hospital Estadual de Franca. “Se a Prefeitura está assumindo a urgência e emergência, então, que se adeque. Faça um hospital de campanha, mas não dá para continuar assistindo ao sofrimento das pessoas. É preciso dar dignidade aos pacientes.”
Pelizaro defendeu também a realização de uma audiência pública com a presença de gestores municipais e estaduais da saúde, representantes do MP e demais órgãos de controle, para discutir soluções concretas.
Atenção básica e vacinação
O vereador também ressaltou a necessidade de fortalecer a atenção primária, com ampliação dos Núcleos de Saúde da Família, valorização dos agentes comunitários de saúde e reestruturação das unidades já existentes.
Ele expressou preocupação com a baixa adesão às campanhas de vacinação, atribuindo parte do problema à disseminação de desinformação:“Infelizmente, tivemos campanhas que desestimularam as pessoas a tomar vacinas. Agora colhemos os reflexos disso. Precisamos unir forças, envolver a sociedade civil organizada e, se necessário, decretar estado de emergência. Não é vergonha nenhuma, é um ato de responsabilidade.”