Durante a 30ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Franca, realizada na manhã desta terça-feira (29), o munícipe Edivaldo Máximo, diretor regional da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), fez uso da Tribuna Livre para tratar de temas que mobilizam trabalhadores em todo o país: o fim da escala 6x1, a redução da jornada semanal sem diminuição salarial e a revisão da carga tributária sobre rendimentos mais baixos.
Representando um movimento sindical de abrangência nacional, Edivaldo agradeceu aos parlamentares pela oportunidade e destacou o andamento de um plebiscito popular sobre a escala 6x1, promovido por diversas entidades sindicais. “Entendemos que é uma escala extremamente desgastante, que compromete a qualidade de vida do trabalhador. Essa não é apenas uma questão trabalhista, mas de saúde e de sobrevivência”, afirmou.
O dirigente sindical defendeu que a redução da jornada traria ganhos de produtividade e citou experiências em países como França, Reino Unido e Dinamarca. Ele também criticou a carga tributária sobre a classe trabalhadora. “Quem ganha até R$ 5 mil paga 27,5% de imposto de renda. Nós, trabalhadores, arcamos com a maior parte da carga, enquanto quem ganha acima de R$ 50 mil paga proporcionalmente menos”, pontuou.
Vereadores
O vereador Gilson Pelizaro (PT) elogiou a mobilização e lembrou que várias empresas já encerraram a escala 6x1 voluntariamente. “Tem dado certo. O trabalhador consegue uma folga no meio da semana, cuida de questões pessoais e ainda melhora a produtividade”, afirmou. Ele incentivou a participação popular no plebiscito, que segue até o dia 7 de setembro.
Fransérgio Garcia (PL) concordou com a necessidade de isenção tributária para trabalhadores com salários mais baixos. Contudo, alertou sobre os desafios enfrentados pelo setor privado. “O empresário brasileiro paga ICMS, PIS, Cofins e encargos sobre a folha de pagamento. Não é contra reduzir jornada — a maioria apoia — mas a carga tributária torna inviável contratar mais. O vilão não é o empresário, e sim o Governo Federal, que não para de aumentar impostos”, argumentou.
Já a vereadora Marília Martins (PSOL) trouxe uma perspectiva histórica à discussão. ‘Existe uma resistência pelo fim da escala 6x1, mas é a mesma resistência quando acabou com a escravização, diziam que ia quebrar todo mundo. As questões sociais que a gente traz, vem de poucas gerações, estou falando de 130 anos que acabou a escravização, e quem os indenizados na época foram os ex-donos de escravizado, depois vem a CLT para colocar limite no horário de trabalho 40h e 44h porque também não tinha e naquela época também falavam que ia quebrar o Brasil’. Ela acrescentou ‘ agora nesse avanço estamos falando das pessoas que trabalham na base, de quem ajuda essas empresas a dar grandes fortunas a poucos contentores desse dinhiero. Estamos falando de 1,5 mil pessoas que detém a riqueza do resto do país, parabenizo e apoio a luta’.