Na sessão ordinária desta terça-feira, 27, a vereadora Marília Martins (PSOL) utilizou a tribuna da Câmara Municipal de Franca para relatar os avanços dos trabalhos da Comissão Especial de Assuntos Relevantes (CEAR), criada para acompanhar e fiscalizar as condições de trabalho dos servidores públicos municipais.
CEAR Funcionalismo Público
Ela também comentou os resultados da audiência pública realizada na segunda-feira, 26, voltada aos profissionais da área da saúde.
“A gente entende que muitos dos servidores eles têm medo de retaliação. E ontem foi muito simbólico para a gente comprovar justamente isso, porque aqui presente nós tínhamos poucas pessoas, mas online acompanharam mais de 300, já estamos em mais de 500 visualizações”, destacou a vereadora, referindo-se ao número de acessos ao evento transmitido pela TV Câmara e nas redes oficiais do Legislativo (Youtube e Facebook).
Segundo Marília, foi disponibilizado um formulário anônimo para que os servidores possam relatar problemas enfrentados em todos os setores da Prefeitura.
Ela afirmou que muitas das queixas envolvem situações que se arrastam há anos: “O que nós conseguimos identificar é que existem muitos problemas já estruturais já de muito tempo, inclusive que percorrem algumas administrações, mas que permanecem e são normalmente ignoradas, situações que são ocasionalmente contornadas pelos servidores".
A vereadora relatou casos em que funcionários públicos utilizaram recursos próprios para comprar materiais básicos de trabalho e atuam em ambientes inadequados e sem suporte psicológico.
Ela destacou a gravidade da situação: “Como alguns servidores falaram, se eles reclamam ainda são mandados para engolir o choro e eles que se resolvam. Isso é muito sério, porque quando a gente fala do adoecimento dos servidores, do adoecimento mental e físico, a gente está falando de dar uma dignidade de vida, uma dignidade do trabalho para atender o restante da população. Então, a nossa cidade inteira está adoecendo e a gente tem que olhar para isso”.
Problemas estruturais e falta de equipamentos
Marília afirmou que a comissão já iniciou visitas a outros departamentos da Prefeitura e tem encontrado sérios problemas estruturais nos prédios públicos, que afetam diretamente a saúde dos servidores e comprometem o atendimento à população.
“Nós temos feito este mapeamento por uma extrema necessidade, um pedido de socorro, para que a gente olhe para os atendimentos dos serviços públicos da nossa cidade”, declarou. E completou: “Em algum momento precisa ter alguém que queira resolver de fato e não ficar só jogando a culpa de volta”.
Entre os problemas identificados, a vereadora mencionou a falta de equipamentos adequados de refrigeração, uso de geladeiras improvisadas para armazenar vacinas e ausência de climatização nos ambientes de trabalho. “É um cenário caótico. E quando os servidores adoecem, a gente não pode punir o servidor por adoecer. A gente tem que cuidar para que não continue acontecendo”, afirmou.
Novas ações da CEAR
Ao final de sua fala, Marília reforçou o papel da CEAR como instrumento de transformação: “Não sei o que mais nós vamos encontrar dos outros departamentos. Mas, mais uma vez, eu uso esta palavra como um apelo para que esta CEAR seja utilizada como forma de guiar os trabalhos e as melhorias daqui para a frente. Porque a gente não está mais falando de promessa de campanha. A gente está falando da vida das pessoas”.
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A vereadora encerrou sua fala convidando os servidores municipais a preencherem o formulário e participarem das audiências públicas. Ela divulgou que a próxima audiência será realizada nesta quarta-feira, 28, às 18h30, com foco nos servidores da pasta da educação.