Na sessão ordinária da Câmara Municipal de Franca desta terça-feira (15), a vereadora Marília Martins (PSOL) utilizou a Tribuna para compartilhar reflexões e experiências adquiridas durante sua participação no encontro "MEL – Mulheres em Lutas", realizado na última semana na cidade de São Paulo.
O evento reuniu lideranças femininas estaduais e federais para debater os desafios enfrentados pelas mulheres no cenário político e social brasileiro.
“Eu pude conhecer mais ainda a realidade de milhares de mulheres espalhadas pelo Brasil. E foi interessante porque nós, em diversas rodas, palestras e painéis, pudemos fazer uma troca e identificar muitos problemas em comum, independente de qual parte do Brasil estamos”, relatou Marília.
Entre os temas abordados no encontro, a vereadora destacou a precariedade da estrutura educacional em regiões remotas, a violência institucional e política contra mulheres. Segundo ela, esse tipo de violência ainda é pouco debatido, apesar de ter grande impacto na representatividade feminina na política:
“Isso é muito grave e eu gostaria de trazer um pouco mais para esta discussão, essa reflexão, do porquê a política tem poucas mulheres”, pontuou, lembrando que as consequências dessas violências afetam não apenas as mulheres, mas também suas famílias, especialmente os filhos.
Durante sua fala, Marília fez referência ao assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, lembrando que o crime teve motivação política e segue sem condenação definitiva aos responsáveis: “Se hoje nós temos muitas dificuldades, muitas barreiras para mulheres — principalmente mulheres negras, mães, mulheres trans, indígenas — isso tudo é porque não existe ainda uma força, um interesse de quem já está no poder há muito tempo”, afirmou.
A parlamentar finalizou seu discurso se posicionando contra a anistia aos organizadores das manifestações de 8 de janeiro de 2023, cobrando que os envolvidos sejam punidos conforme a legislação brasileira:
“O meu compromisso é com o cumprimento da Lei, tudo dentro dos trâmites legais. Quem organizou este golpe, quem articulou, quem trouxe as outras forças, incluindo as forças armadas e demais forças para esta conversa de golpe, que estes cumpram de acordo com a Lei as suas sentenças”, declarou.
Por fim, reforçou sua defesa por uma democracia justa e inclusiva, com participação efetiva das mulheres na política: “é importante a gente falar de democracia, mas uma democracia realmente justa e inclusiva. Inclusiva com as mulheres e uma democracia que a gente proteja até o final, não importa o descontentamento, a gente tem que seguir critérios de lei e vir aqui propor projetos de políticas públicas efetivas”, concluiu.