A vereadora Marília Martins (PSOL) utilizou a tribuna da Câmara Municipal na sessão ordinária desta terça-feira, 18, para destacar uma viagem realizada à cidade de Itaboraí, no Rio de Janeiro, onde visitou a Clínica Escola do Autista, referência nacional no tratamento de crianças e jovens com a espectro autista.
A parlamentar defendeu que Franca adote modelos de sucesso no atendimento a pessoas com autismo, inspirando-se em cidades como Itaboraí, que obtiveram resultados positivos.
“Nós trouxemos um projeto, não tivemos ainda tempo de reunir na nossa Frente Parlamentar, mas a gente tem muito material para estudar. Temos claro, outros lugares que temos planejado visitar, mas acho interessante a gente realmente começar porque esse já tem sucesso. Precisamos conversar com as famílias e entidades de Franca que tratam deste tema, chamando aí, não sei se necessariamente uma audiência pública, mas talvez propor uma conferência, um espaço que dê chances para uma boa discussão”, afirmou Marília.
Além disso, a vereadora comentou sobre a audiência pública realizada pela Prefeitura para apresentar os estudos sobre subsídio no transporte público da cidade, sem fazer melhorias. Ela relembrou que houve redução da frota e dos horários por parte da empresa que presta o serviço, o que gerou atrasos e diversas reclamações por parte dos usuários.
“A população, com toda razão, em uma grande revolta, começou a fazer suas manifestações, seus protestos, porque as pessoas não chegam a tempo no trabalho, na escola, na hora de voltar à noite do trabalho, às vezes perdem o ônibus das sete, sete e pouquinho, e depois só voltam depois das nove para casa. E com isso, com certeza, a população pagante vai parando de usar ônibus porque não é mais uma vantagem, não é mais suficiente. Do jeito que está, é preferível mesmo utilizar carro próprio ou de aplicativo”, criticou.
Marília Martins também questionou os resultados dos estudos realizados pela Prefeitura, que custaram mais de um milhão de reais aos cofres municipais.
“Esse é o mecanismo que vai fazer as pessoas voltarem a andar de ônibus na nossa cidade? Porque, para mim, o que faria o público, a população realmente utilizar o transporte público, é a qualidade do serviço”, questionou.
Segundo ela, as propostas apresentadas não trarão grandes avanços para a situação atual, já que não abordam inovações como o aumento significativo da frota, a aquisição de ônibus novos, previsão de transporte complementar com vans, a construção de novos pontos de ônibus, a rastreabilidade dos veículos por GPS, instalação de ar-condicionado e a disponibilização de sinal de internet para os usuários.
Ela acrescentou: “Este estudo que custou mais de 1 milhão que não precisava ter gastado tudo isso. Era só ter ido ao terminal, ter ido aos bairros e perguntar para a população, porque foi um estudo para falar como se mantém a gratuidade diminuindo temporariamente a passagem de ônibus. E eu acho que Franca mereceria muito mais”, desabafou.
Por fim, Marília Martins expressou sua insatisfação com as propostas apresentadas: “É uma vergonha. Tenho certeza que os usuários de ônibus estão extremamente decepcionados com o que está sendo proposto”.