A vereadora Marília Martins (PSOL) abordou temas relevantes na manhã desta quinta-feira, 6 de março, durante fala na Tribuna na 9ª Sessão Ordinária realizada na Casa de leis francana.
Inicialmente comemorou a premiação conquistada pelo filme ‘Ainda Estou Aqui’ com Oscar de Melhor Filme Internacional. ‘Ele remonta uma das histórias do período da ditadura, esse é o exemplo de quanto a arte, a cultura, pode agregar na história de um povo. É importante que a gente aprenda com a própria história para que as atrocidades que aconteceram durante a ditadura não voltem acontecer’ disse.
A parlamentar ressaltou ‘nós temos aqui na nossa cidade algumas histórias que se passaram naquele período e gostaria de mencionar uma que é pessoal porque é sobre meu pai. Meu pai, o Jorginho, é francano, sindicalista, foi cassado pela ditadura em Franca e assim como ele, outros companheiros na época que eram de sindicatos, igrejas, grupos de jovens que se reuniam para refletir e exigir um mundo com melhorias na qualidade de vida também foram oprimidos’. A vereadora relembrou também de Toshio e Celeste, militantes que lutaram para construção de direitos, tanto na cidade de Franca quanto no Brasil, apesar da tortura e exílio sofridos no período.
‘Foram pelo menos 10 mil pessoas no nosso país, centenas de desaparecimentos, mortes que foram registradas depois com outros motivos. E isso é importante porque se a gente não reconhece o que teve de errado, a gente não sabe o que fazer para frente, e infelizmente, há poucos anos tivemos mais uma tentativa de golpe de Estado. E a gente precisa entender que só temos por exemplo, essa Casa de Vereadores, a Prefeitura, a representatividade devido a nossa democracia’ enfatizou.
Em seguida, a parlamentar comentou sobre a nomeação de Beto Saad para a nova Secretaria de Esportes, Arte e Cultura. ‘É uma pessoa conhecida que embora seja do esporte, nos últimos anos tem sido muito aberto, participativo e próximo da cultura. E desejo toda a sorte a ele e os outros diretores’ afirmou.
Marília lembrou a importância de investimentos e apoio ao segmento cultural ‘que possam construir um fortalecimento do setor cultural na nossa cidade que gera economia, empregos diretos e indiretos, produz o ano inteiro, uma cidade que merece ter o turismo incentivado e para isso a gente precisa cuidar do nosso território’
A parlamentar ainda citou o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março e defendeu o Projeto de Lei Ordinária nº 15 de 2025 de sua autoria que dispõe sobre a prioridade no atendimento na rede pública municipal de saúde para mães solo e mães de crianças atípicas.
‘Na verdade nem precisaria de leis para isso que estou propondo, todas as mulheres da nossa cidade merecem acesso à saúde, porém as mulheres são as mais sobrecarregadas com os cuidados da casa, das crianças, muitas vezes chefiando as famílias, e por conta disso, são negligenciadas quanto ao cuidado de sua saúde. Uma mulher não adoece sozinha, adoece com toda família e isso prejudica muito a nossa comunidade’ afirmou.
A legisladora recordou os números apresentados na sessão anterior que revelam que mais de 60 mil mulheres vivem em situação desde extrema pobreza a precariedade em Franca. ‘A maioria são mulheres socialmente vulneráveis e o nosso sistema de saúde não tem acompanhado a nossa demanda’ lamentou.
Ela ainda citou as dificuldades de pacientes que há mais de 10 anos aguardam por procedimentos cirúrgicos, exames e consultas. ‘São mulheres que desenvolvem outras doenças, e as vezes, morrem antes de conseguir suas cirurgias’ alertou a vereadora.
‘Que a gente possa olhar com carinho para as mães da nossa cidade, porque todos nós nascemos de uma mãe. É desesperador, a principal cuidadora não ter espaço e tratamento na nossa cidade’ concluiu.