Na sessão ordinária da Câmara Municipal desta terça-feira, 28, o munícipe Samuel Andrade Gomide utilizou a Tribuna Livre para abordar o aumento da carga horária para os servidores de urgência e emergência do município.
Segundo ele, “estes profissionais desempenham papel crucial garantindo atendimento imediato e salvando vidas, frequentemente sob condições extremamente desafiadoras”.
Samuel demonstrou preocupação com a proposta, que vai na contramão da tendência mundial de redução da carga horária de trabalho. Ele destacou que a medida foi tomada sem o consentimento dos trabalhadores e pode colocar em risco tanto a saúde e o bem-estar dos servidores quanto a qualidade do atendimento prestado à população.
Além disso, alertou para o desgaste físico e emocional dos profissionais. “Profissionais exaustos estão mais suscetíveis a erros, o que pode ter consequências graves para os pacientes e para os próprios servidores”, afirmou.
O munícipe também mencionou a ameaça de alteração na escala de trabalho caso os servidores não aceitem o aumento da carga horária. Segundo ele, “estas mudanças precisam ser construídas junto com os servidores e isso não aconteceu”. Ele pediu um posicionamento firme contra a medida.
“É imprescindível que se manifeste um posicionamento firme contra qualquer medida que imponha mais sacrifícios aos nossos servidores da saúde. Suas vidas não podem ser destruídas por uma decisão flagrantemente ilegal e sem abertura para discussão e entendimento”, completou.
O vereador Gilson Pelizaro (PT) ressaltou a importância de trazer o tema para discussão e defendeu que o Legislativo atue como intermediário entre os servidores e o Executivo.
Segundo ele, “acho que falta alguém para orientar lá a administração que determinadas situações, com imposição, elas não alcançam as metas que, de repente, há o interesse de alcançar, só dificulta a relação”. Pelizaro solicitou que a Câmara oficialize o Executivo para que se abra discussão sobre o tema.
Marília Martins (PSOL) lembrou da convenção coletiva assinada há 12 anos e destacou o trabalho dos servidores durante a pandemia de COVID-19. A vereadora criticou a falta de diálogo por parte do Executivo.
“Não chamam para fazer outro acordo, não chamam para fazer acordo nenhum, não chamam nem para dar opinião sobre o que eles acham que funciona no próprio trabalho deles”, disse. Marília ressaltou ainda a importância de contar com profissionais bem preparados e tranquilos para exercer a função de “salvar vidas”.
O debate destacou a necessidade de valorização dos servidores de saúde, com medidas que priorizem o bem-estar dos trabalhadores e garantam a qualidade dos serviços prestados à população.