Na 4ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal desta terça-feira, 28, a vereadora Marília Martins (PSOL) utilizou a Tribuna para abordar temas importantes discutidos recentemente no Legislativo.
Primeiramente, Marília comentou a Audiência Pública realizada na noite de segunda-feira sobre o CEI – Centro de Educação Integrada. A parlamentar pediu uma reavaliação na reforma administrativa proposta, alertando que as alterações estão afetando diversos setores, incluindo o organograma e as responsabilidades dos supervisores de ensino.
Marília afirmou que solicitará o adiamento da votação em segundo turno da matéria para permitir tempo suficiente para esclarecer dúvidas. “Não teve este tempo ainda deste entendimento. Eu tenho certeza que de muitas perguntas que nós ainda temos, muitos dos nobres aqui não sabem explicar e eu não voto no que eu não sei”, declarou.
A vereadora enfatizou a necessidade de responsabilidade nas aprovações realizadas pela Câmara. “Eu acho que a gente tem que ser muito responsável com tudo aquilo que a gente aprova nesta Casa, porque vai refletir no futuro da nossa cidade”, completou.
Outro ponto abordado pela parlamentar foi a alteração na carga horária dos trabalhadores da saúde. Segundo Marília, a mudança vai na contramão da luta nacional pela redução da escala 6x1 e desconsiderou diversos fatores, como o transporte dos trabalhadores, segurança para os trabalhadores, em maioria mulheres, que precisariam entrar ou sair do trabalho a 01h00 da manhã, além de terem suas vidas organizadas com estudo, filhos e outros trabalhos.
Ela citou o artigo 468 da CLT, que rege que alterações nos contratos de trabalho e dependem do consentimento das partes envolvidas. “O que nós vimos aí hoje mais cedo, da manifestação destes trabalhadores, é que não existe este mútuo consentimento”, afirmou.
A vereadora criticou a forma como o Executivo tem conduzido as mudanças em setores que já estão funcionando, bem como a pressa na implementação das reformas.
Marília pediu esclarecimentos sobre os benefícios dessas alterações. “Estas vantagens não estão sendo mostradas e ninguém está entendendo”, declarou.
Ela questionou ainda a falta de diálogo entre o Poder Público e a população. “Por que estas conversas não acontecem antes das decisões?”, indagou, defendendo maior interação com os cidadãos.
Marília encerrou sua fala reforçando a necessidade de ouvir a população antes da tomada de decisões que impactam a cidade. “É muito desgastante a gente ter que vir aqui toda vez para falar que a população merece ser ouvida. E que se é para o benefício da cidade, que se beneficie seus cidadãos”, concluiu.