As educadoras Priscila Cintra e Luciana Alves fizeram uso da Tribuna na manhã desta terça-feira, 12 de novembro, da 41ª Sessão Ordinária realizada no auditório do Uni-Facef e abordaram sobre a terceirização do professor auxiliar.
Priscila atua na educação há 18 anos e comentou ‘estou aqui representando toda a classe de professores auxiliares em prol da educação especial. É com muita angústia que trago a pauta que o governador Tarcísio junto ao secretário estadual de educação Renato Feder estão concretizando a licitação de uma empresa privada que irá contratar os profissionais que deverão atuar e acompanhar as crianças e adolescentes da educação especial’
‘Serão contratados profissionais sem qualificação nenhuma, somente exigindo o Ensino Médio completo para acompanhar as atividades escolares. Isso é inconstitucional perante a Constituição Federal de 1988 artigo 208 que trata da educação básica obrigatória e gratuita e afirma que é dever do Estado garantir atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência’ acrescentou.
Priscila ainda pontuou outras leis que garantem atendimento aos alunos especiais e lamentou ‘essa medida não beneficiará ninguém e ainda trará vários prejuízos as famílias retardando o processo de aprendizagem das crianças e adolescentes. Não podemos retroceder, o Estado já não cumpre com as leis e os pais solicitaram e precisaram exigir na Justiça os direitos delas’
A educadora ainda pediu apoio para aprovação da Moção de Repúdio nº 2 de 2024 de autoria do vereador Gilson Pelizaro (PT) à Secretaria Estadual de Educação, pelo Processo de Privatização das Escolas Públicas Estaduais.
‘Não podemos mexer com a educação pública e muito menos com a nossa educação especial, pois as crianças e adolescentes precisam de um apoio e olhar pedagógico, olhar humano para que possam evoluir e potencializar suas habilidades. Não simplesmente de um cuidador que ficará cercando seus comportamentos trazendo ainda mais desconforto para seu dia a dia no qual refletirá problemas psíquicos e que não ajudará no seu desenvolvimento cognitivo. Inclusão é coisa séria, não se brinca com o comportamento humano, educação especial não é sobre limitações, mas é sobre descobrir e potencializar habilidades extraordinárias. Precisamos dizer não ao retrocesso, nós não vamos nos calar!’ concluiu.
Luciana Alves também fez uso da Tribuna e citou ‘sou mãe do André, autista nível um de suporte, altas habilidades e surdoralizado. O André é aluno do 1º ano do Ensino Médio na Escola Estadual Professor Vicente Minicucci e vim falar com vocês a respeito dessa terceirização dos professores especializados’
‘Nós não podemos aceitar essa precarização da educação especial, essas crianças hoje são acompanhadas por professores que auxiliam na adaptação dos seus materiais pedagógicos e que também tem atenção, cuidado como quem é qualificado para isso, com as suas questões emocionais. E a gente permitir que aconteça essa terceirização significa permitir que nossos filhos sejam acompanhados por pessoas não qualificadas para isso’
‘É um risco não só para eles, como para os demais colegas. E quando a educação não é boa para um grupo de pessoas como é o caso das crianças especiais, não é boa para ninguém’ concluiu.
Os vereadores Gilson Pelizaro (PT) e Ilton Ferreira (União) parabenizaram as educadoras pelos apontamentos, criticaram a proposta de terceirização e se colocaram à disposição para os devidos encaminhamentos através do Poder Legislativo francano.