Na manhã desta terça-feira, 16 de abril, Lê Silva Magalhães fez uso da Tribuna Livre para falar sobre o passe livre estudantil e transporte público em Franca.
Inicialmente se apresentou aos vereadores ‘sou estudante de direito da UNESP e acompanho a União Estadual dos Estudantes (UEE), então, eu vim em nome de uma entidade estudantil para falar de um assunto que é de interesse dos estudantes da nossa cidade’
‘Estou aqui com as mais de 600 assinaturas de estudantes de Franca em defesa do passe livre estudantil para que os alunos consigam acessar o transporte público. Em nome da União Estadual dos Estudantes, a gente enviou em 23 de novembro do ano passado um ofício para a Secretaria da Educação questionando o porquê da não possibilidade de um passe livre estudantil, questionando sobre as condições limitadas de acesso ao desconto parcial no transporte público para os estudantes. E até agora isso não foi respondido’ disse.
Lê questionou ‘por que quando é de interesse de estudante as solicitações que fazemos não têm respostas? Por que quando a gente vem aqui trazer algo que é para a classe estudantil a gente fica sem resposta?’
‘A gente tem que entender que tem oito universidades na cidade, tem mais de 60 escolas, os estudantes da Uni-Facef, da FDF usam o transporte público. É necessário que discuta as condições limitadas do transporte público para o estudante’ acrescentou.
Além da questão do passe livre também foi pontuado sobre a qualidade do serviços ‘aos fins de semana ele não funciona, em horários alternados da nossa aula não funciona, e eu pergunto para vocês, eu não sou estudante no fim de semana? Quando eu preciso ir para o Museu, quando eu preciso ir para a Casa da Cultura, quando eu preciso fazer uma atividade extracurricular, eu não sou estudante quando preciso ir no horário do almoço no restaurante universitário?’
‘A ideia é que consiga alimentar esse debate mesmo, a gente entende que a responsabilidade não é só do vereador de movimentar a política da cidade, mas é um apelo para que quando for pensar esse subsídio, pense nos estudantes’ concluiu.
O vereador Ilton Ferreira (PL) parabenizou o munícipe pela fala e reforçou ‘nós precisamos resolver esse assunto, não só esse mandato, mas também no mandato passado nós sempre procuramos a Prefeitura. E transporte público quem é o responsável por ele? É o Prefeito! E desde o começo nós escutamos o seguinte; “não ponho a mão nessa cumbuca”. Mas como que eu não ponho a mão nessa cumbuca se sou o prefeito da cidade?’
‘O transporte público simplesmente foi abandonado, não existe investimento, não existe investimento em mobilidade urbana, não existe um fortalecimento nessa situação. A gente sabe que é complicado, essa Casa durante vários mandatos autorizou várias questões gratuitas, os estudantes devem sim andar gratuitamente, mas alguém tem que pagar. A empresa não anda de graça, ela tem os custos, alguém tem que pagar, por várias vezes nós orientamos para que se houvesse um investimento da Prefeitura junto à empresa e houvesse um transporte de qualidade’ concluiu.
O vereador Gilson Pelizaro (PT) comentou ‘é uma recomendação do Tribunal de Contas a renovação do contrato de Franca por uma irregularidade cometida lá atrás, então, não tem desculpa, se quiser colocar no novo contrato a gratuidade dos estudantes o momento é esse’
‘Seu abaixo assinado chega nessa Casa de maneira oportuna e quando o debate está a flor da pele! Alternativas tem! A gente não sabe ainda como vai chegar essa discussão do novo contrato nessa Casa, mas nós temos a obrigação de observar e vincular a Secretaria da Educação a obrigatoriedade de garantir o passe livre do estudante’ reforçou.
O vereador Marcelo Tidy (MDB) comentou ‘eu sempre andei de ônibus desde quando eu trabalhei na indústria de calçado, as vezes eu uso o transporte público, já andei de madrugada, de manhã, e sempre quando fiz isso postei nas minhas redes sociais’
‘Estivemos em São Bernardo conhecendo a fábrica onde se produz ônibus elétricos e nós tivemos uma aula de como é o transporte público no Brasil. O transporte público no Brasil está passando por muita dificuldade, tem a questão de quando você faz o subsídio, o que nós temos que saber, é se a população é favorável a dar o subsídio porque todas as cidades onde houve o investimento do Poder Público é muito questionado, a exemplo de Ribeirão Preto que a Justiça questionou, porque faz um alto investimento e nem sempre esse investimento retorna com qualidade ao usuário’ pontuou.
O vereador Donizete da Farmácia (MDB) disse ‘é um tema muito importante, mas nós precisamos tomar muito cuidado com essas questões porque quando você da gratuidade para alguém, esse custo vai para a planilha de custo da empresa, automaticamente esse preço da passagem vai subir e quem vai pagar? As vezes a faxineira que mora em um bairro e vai para o outro para trabalhar, o pedreiro, o encanador que depende do ônibus para fazer seu trabalho, então, é uma responsabilidade muito grande essa questão da gratuidade’
‘Acho que o estudante merece igual você falou! Mas nós precisamos ir devagar nessa questão para que não tenha um prejuízo para a terceira pessoa que está ali pagando por ele, então, é um debate importante, podemos levar isso adiante, mas com muito cuidado e muita responsabilidade’ concluiu.
O vereador Ronaldo Carvalho (PP) pontuou ‘por duas oportunidades eu estive nessa cadeira falando desse tema de São José, de transporte público e a Câmara Municipal toda cheia de gente com cartazes na mão contrários aos vereadores para que não votem o subsidio’
‘É o que foi falado, se alguém receber a gratuidade, o almoço não sai de graça, e a gente sabe que alguém vai ter que pagar essa conta. E hoje quem está pagando a conta do próprio estudante que tem o seu desconto, é a pessoa comum que paga essa conta, o que eu acho injusto, porque o transporte público é responsabilidade do Poder Executivo, só que a conta não sai de graça’ concluiu.