Aprovado também na 5ª Sessão Ordinária o Projeto de Lei Ordinária nº 165 de 2023 de autoria do vereador Gilson Pelizaro (PT) que denomina a Rua 3 do Residencial Faggioni com o nome de João Alves Filho, e dá outras providências.
Biografia
Nasceu em Fortaleza de Minas – MG, foi nessa cidade que conheceu Hilda, e ainda jovens iniciaram a Família Alves. Passaram por momentos difíceis e felizes na construção de uma história linda.
O João e toda família de 7 filhos participaram do processo de migração, além de Fortaleza de Minas - MG, moraram em Itaú de Minas. Foram para o estado de São Paulo, em São Carlos e por fim em Franca.
Em Itaú de Minas João tornou-se sapateiro, até então não imaginava que mudaria para Franca, capital do calçado, em busca de oportunidades de trabalho para os filhos. Todos os mais idosos em Itaú de Minas, conhecem o “Jão sapateiro” como diz em Minas Gerais. Depois conseguiu também trabalho na usina, e consequentemente devido ao seu bom trabalho, ele aceitou a oportunidade de trabalhar em São Carlos, mas sua esposa Hilda não se adaptou na cidade e foram para Franca.
O João aceitou a oportunidade de trabalhar em um posto de gasolina Texaco na cidade de Franca, trabalhava todos os dias na sua bicicleta vermelha pela avenida Dr Ismael Alonso e Alonso, religiosamente chegava à tarde com os pães para o café da tarde para a família.
Morava na Vila Formosa na rua José Galo, onde a sala foi local de banca de pesponto para ajudar seus filhos, a maioria conseguiu emprego na cidade no setor calçadista.
A aposentadoria como frentista do posto Texaco, foi um momento muito alegre na vida de João, tinha orgulho de dizer: “sou aposentado”.
Assim, depois de aposentado mudou-se para Avenida Major Elias Motta no São Luís, onde viveu toda o seu ciclo de sua vida como aposentado. Colocava a cadeira na calçada e olhava o movimento da avenida e gostava de ir à Avenida Adhemar de Barros conversar com os amigos, e visitar os comércios locais.
Sempre cativado pelas avenidas da cidade de Franca, a sua esposa Hilda dizia: “Seu João Alves gosta é da avenida”, colocava seu chapéu e sua roupa estilo a deputado como dizia sua esposa e passeava pelas avenidas contando seus causos...
Quando o relógio batia 11 horas da manhã a fome chegava à esposa Hilda fazia seu “almocim”, “depois do quilo do almoço” retornava para a avenida para prosear.
A Hilda dizia “já vai para avenida de novo”, João tinha umas expressões bem genuínas nesse momento: “Nem tô com a vida braba”; “Esse restinho de ano não vou tema” (era mês de fevereiro); “ Fa má”... Ele escolheu levar a vida com leveza e humor sem discutir com a esposa. Nunca foi muito dos românticos, de dizer palavras bonitas e declarações de amor procurava demonstrar o amor por meio da tolerância na vida de casal e dos serviços, não deixava faltar o alimento em casa para toda família.
Fez o possível e impossível para ajudar todos os filhos e filhas sem distinção, não gostava do adjetivo usado para noras, genros “agregados”, tratava todos e todas como da família, pois, considera genros e notas como filhos dele também.
Tinha bastante orgulho de seus netos, bisnetos das suas conquistas, realizações e profissões de todos os familiares. Carinho especial pelos seus sobrinhos das Gerais, primos e irmãos, sempre que possível visitava-os nas congadas, folia de reis e quermesses das terras mineiras.
Participava da igreja todos os domingos com muita fé e respeito por Deus. Sempre arrumado, colocava sua roupa bonita para louvar a Deus junto aos seus irmãos de fé. Como não dirigia quando algum dos seus filhos não conseguia levá-lo era na avenida que ele esperava o irmão em fé.
É com muita honra e de forma saudosa que João Alves Filho merece seu nome numa rua na cidade de Franca, cidade pela qual tinha muitíssimo apreço e admiração, pelo clima, pelas pessoas... sua esposa Hilda queria retornar para Minas Gerais, ele não quis por gostar da terrinha francana, inclusive no momento de doença uma de suas filhas sugeriu morar na sua casa em Itaú de Minas, ele escolheu viver e falecer na cidade tão querida por ele.
Tinha um amor pela cidade, pelas avenidas, pela prosa... Os familiares até usava a expressão “risca esse causo pai, vô”, porque repetia para todos, os causos da época da juventude, as histórias vivenciadas nas avenidas que ele cotidianamente frequentava. Não importava se fosse repetido o causo, João encontrava na avenida o estilo de uma vida saudável, cultivava as boas amizades, as expressões brincalhonas...Doentinho na cama dizia: “tô no bico do urubu” com um sorriso, representando que a morte estava próxima.
Seus 88 anos foram, e é uma referência para toda a família sobre a importância de cultivar a amizade, uma boa amizade vale mais que ouro e dinheiro; as relações sociais e suas interações valem a pena... já dizia Fernando Pessoa, em honra a origem portuguesa do João: “Valeu a pena? Tudo vale a pena/Se a alma não é pequena [...]”. João teve alma grande, sempre procurou ajudar a todos com simplicidade e respeito, agir de forma tolerante seguindo a cultura pela paz.
Enfim, que a Rua João Alves Filho, na cidade de Franca, seja uma rua de boas amizades, bons causos, prosas, paz, diálogos, porque João sempre foi ao estilo “de não querer guerra com ninguém” e de passear pelas avenidas em busca de harmonia.
Vereadores
Pelizaro agradeceu pela aprovação ‘a biografia do seu Joao fala por si só, que tipo de cidadão e que tipo de convivência ele teve na nossa cidade, uma pessoa que é um espelho, sempre foi um espelho para a família e isso nós temos sempre que reverenciar’