Na manhã desta terça-feira, 29 de agosto, durante a 30ª Sessão Ordinária a munícipe Daniela Mendes Cintra Faleiros fez uso da Tribuna Livre para falar sobre reconhecimento e desigualdades salariais nas creches municipais.
Inicialmente agradeceu o espaço e cumprimentou os educadores presentes e os parlamentares. Daniela falou sobre o movimento que vem sendo feito pela valorização e reconhecimento da categoria.
‘Venho como porta voz dessas profissionais da educação infantil das creches de Franca e gostaria de colocar qual é a importância da educação básica e o que essas profissionais desenvolvem no dia a dia de seus trabalhos dentro das salas de aula com as crianças’ disse.
‘Estamos reivindicando nessa oportunidade o reconhecimento da profissão bem como todos os direitos garantidos por Lei, então, a respeito da educação básica infantil as atribuições que as professoras e educadoras têm é de extrema importância’ ressaltou.
Segundo a munícipe, a educação infantil atende crianças de 0 a 5 anos e tem papel de desenvolvimento de crianças nos aspectos físicos, psicológicos, social e intelectual. ‘Essa ação complementa a da família e da comunidade’ enfatizou.
Entre ações ela destacou o cumprimento de regras como, por exemplo, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o Currículo Paulista, Plano de Ação de Franca, Matriz Curricular do Município de acordo com normas da Secretaria Municipal de Educação e da Prefeitura.
‘Elas fazem trabalhos de cunho pedagógico, e gostaria de enfatizar que fazem o planejamento, replanejamento pedagógico, avaliação de desenvolvimento, relatórios de atividades, relatórios de desenvolvimento infantil semestralmente, mensalmente e semanalmente. Elas ainda fazem projetos e sequencias, atividades permanentes, diário de classe e lá não diz que a responsável é uma monitora, uma babá, diz que é uma professora. Rotinas fixas, flexíveis semanais, nada mais é que preparação de aulas, as educadoras não dão aulas por não alfabetizarem, mas é a única diferença’ acrescentou Daniela.
Sobre as reivindicações, Daniela ressaltou ‘tem uma jornada de 44h semanais dentro dessa jornada que é extremamente extensa e desgastante e não conseguem fazer a aplicação de todas essas exigências. Elas precisam levar trabalho para casa, dobram a jornada, passam final de semana preparando aulas e não tem reconhecimento que são professoras’
‘Além disso, elas precisam se formar em pedagogia, é o curso profissional para lecionar, educar, então, a reivindicação é do reconhecimento dessa categoria, independente da etapa da educação’ acrescentou.
‘Se houvesse esse reconhecimento a gente entende que as condições de trabalho, a remuneração, os benefícios e os demais direitos seriam justos! A gente vem fazer apelo aos senhores vereadores para uma conversa e diálogo para ter esse reconhecimento da categoria’ concluiu.
Janaína Vieira Rocha disse ‘peço aos senhores que tenham um olhar diferente sobre essa situação, pois muitos profissionais estão desistindo da profissão. Todas as nossas atividades dentro das salas de aula são em cima da BNCC, e aí pergunto aos senhores. Qual motivo não temos a nomenclatura de professora? Hoje com grupo de mais de 1 mil professoras buscamos pela dignidade que nos foi arrancada! Queremos apenas o nosso direito!’
Giulia Helena de Alcântara comentou ‘o que a gente quer é o nosso reconhecimento, não tem porque exigir diploma e na hora de nossos registros somos registradas como babás, monitoras e auxiliares. Se precisa do diploma, então, nós podemos ser registradas como professoras. Nós sabemos que a Prefeitura não faz nada fora da Lei, porém essa Lei, não está legal para gente e gostaríamos de saber o que pode ser feito para nos ajudar’
Os vereadores Zezinho Cabeleireiro (PP), Gilson Pelizaro (PT), Marcelo Tidy (União), Daniel Bassi (PSDB), Claudinei da Rocha (MDB) se solidarizam com as reivindicações das educadoras, citaram alguns encaminhamentos feitos à Secretaria Municipal de Educação, sugeriram aumento de valores per capita por crianças atendidas para que as creches tenham condições de pagar os profissionais, e até a realização de uma Audiência Pública para debater o tema com participação de todos envolvidos.
O presidente da Câmara vereador Carlinho Petrópolis Farmácia (PL) destacou a importância da valorização dos profissionais e do trabalho feito, e colocou a Casa de leis à disposição para buscar soluções para os problemas.